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De quem é a ayahuasca? Notas sobre a patrimonialização de uma “bebida sagrada” amazônica

Resumo Este artigo procura discutir a patrimonialização da ayahuasca, bebida psicoativa de origem amazônica usada ritualmente por religiões institucionalizadas, como o Santo Daime, União do Vegetal e Barquinha; povos indígenas, como os Yawanawa e os Ashaninka; e toda uma gama de pessoas que vão dos...

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Published in:Religião e sociedade 2017-12, Vol.37 (3), p.46-70
Main Authors: Assis, Glauber Loures De, Rodrigues, Jacqueline Alves
Format: Article
Language:English
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Summary:Resumo Este artigo procura discutir a patrimonialização da ayahuasca, bebida psicoativa de origem amazônica usada ritualmente por religiões institucionalizadas, como o Santo Daime, União do Vegetal e Barquinha; povos indígenas, como os Yawanawa e os Ashaninka; e toda uma gama de pessoas que vão dos vegetalistas peruanos aos neoxamãs que habitam as grandes metrópoles. A partir das discussões em torno do processo de patrimonialização envolvendo essa bebida, veremos que a ayahuasca é polifônica, polissêmica e policêntrica; que existe um verdadeiro campo ayahuasqueiro, permeado de alianças e conflitos internos; e que a patrimonialização da ayahuasca revela uma cartografia complexa, em que há a convivência de diferentes epistemologias e intensas disputas de poder. Abstract This article seeks to discuss the patrimonialization of ayahuasca, a psychoactive beverage from Amazonian region ritually consumed by institutionalized religions, such as Santo Daime, União do Vegetal and Barquinha; indigenous peoples, such as the Yawanawa and the Ashaninka; and a whole range of people, from the Peruvian vegetalistas to the neoshamans that inhabit the large urban centres. From the debate on the process of patrimonialization involving this beverage, we see that ayahuasca is polyphonic, polysemic and polycentric; that there is a true ayahuasca field, permeated by alliances and internal conflicts; and that the patrimonialization of ayahuasca reveals a complex cartography, where there is the coexistence of different epistemologies and intense power struggles.
ISSN:0100-8587
1984-0438
DOI:10.1590/0100-85872017v37n3cap02