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Sofrimento e preconceito: trajetórias percorridas por nutricionistas obesas em busca do emagrecimento
Resumo A obesidade, problema de saúde pública, é vista como “pânico moral” que inabilita o obeso à aceitação social. Para nutricionistas obesas, o paradoxo das premissas de sua profissão e seu estado de morbidade torna complexo o debate pelo conflito com a identidade profissional. O objetivo do estu...
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Published in: | Ciência & saude coletiva 2015-09, Vol.20 (9), p.2787-2796 |
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Main Authors: | , , |
Format: | Article |
Language: | English |
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Summary: | Resumo A obesidade, problema de saúde pública, é vista como “pânico moral” que inabilita o obeso à aceitação social. Para nutricionistas obesas, o paradoxo das premissas de sua profissão e seu estado de morbidade torna complexo o debate pelo conflito com a identidade profissional. O objetivo do estudo foi discutir significados do cuidado em saúde adotados por nutricionistas obesas de Salvador e compreender a experiência delas com a obesidade no cotidiano de vida. O estudo foi de abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas com oito narrativas sobre a experiência de ser nutricionista obesa, analisadas por meio da hermenêutica. A pesquisa revelou que ser obesa gera estigma ampliado para a nutricionista vista simultaneamente como incompetente no cuidado de si e na condição social de obesa. Estranhamento do corpo, exclusão social, estratégias de defesa na relação profissional-paciente, recurso desesperado das dietas “milagrosas” distantes do discurso científico e o corpo obeso como cárcere são algumas condições de sofrimento desveladas no cotidiano de trabalho. Conclui-se sobre a necessidade das instituições de saúde pública se apropriarem da dimensão do problema e estabelecerem estratégias para a condição de nutricionista obesa, considerando que essa contradição ocorre em diversas profissões.
Abstract Obesity is a problem of public health, seen as a “moral panic,” which disables the obese person from social acceptance. For obese nutritionists the paradox between the premises of their jobs and their state of morbidity makes the debate complex by the conflict with the professional identity. This study sought to bring to discussion the meanings of health care adopted by obese nutritionists in Salvador and to understand their experiences with their obesity in everyday life. The study was based on a qualitative approach, through semi-structured interviews with eight narratives on being an obese nutritionist, analysed under hermeneutics basis. The research revealed that being obese generates a stigma which is worse to the nutritionist, now seen simultaneously as unable to care for oneself and on being obese. Some of the stories of suffering seen on job routine are: strangeness of the body, social exclusion, strategies for defence on the relation professional-patient, desperate rely on miraculous diet plans which are far away from the scientific discourse, and the obese body seen as imprisonment. It is concluded that institutions of public health m |
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ISSN: | 1413-8123 1413-8123 |
DOI: | 10.1590/1413-81232015209.07542014 |