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Violência sexual durante a vida em mulheres trans e travestis (MTT) no Brasil: Prevalência e fatores associados

RESUMO Objetivo Descrever a prevalência, características e fatores associados à violência sexual em mulheres trans e travestis (MTT) no Brasil. Métodos Estudo transversal conduzido em cinco cidades brasileiras (Campo Grande, Manaus, Porto Alegre, Salvador e São Paulo) entre 2019 e 2021. As participa...

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Published in:Revista brasileira de epidemiologia 2024, Vol.27 (suppl 1)
Main Authors: Hentges, Bruna, Martins, Rafael Steffens, Silva, Jonatan da Rosa Pereira da, Hübner, Dariana Pimentel Gomes, Leal, Andréa Fachel, Teixeira, Luciana Barcellos, Knauth, Daniela Riva, Veras, Maria Amélia de Sousa Mascena
Format: Article
Language:Portuguese
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Summary:RESUMO Objetivo Descrever a prevalência, características e fatores associados à violência sexual em mulheres trans e travestis (MTT) no Brasil. Métodos Estudo transversal conduzido em cinco cidades brasileiras (Campo Grande, Manaus, Porto Alegre, Salvador e São Paulo) entre 2019 e 2021. As participantes foram recrutadas usando a técnica respondent-driven sampling (RDS). O desfecho é a experiência de violência sexual ao longo da vida. As ações tomadas pelas vítimas e como elas lidaram com a experiência foram avaliadas. Análise de regressão logística foi empregada para examinar as associações entre fatores sociodemográficos e comportamentais (como raça, renda, trabalho sexual e acesso aos serviços de saúde) e o desfecho. Resultados Um total de 1.317 MTT foram entrevistadas. Entre elas, 53% (n=698) relataram violência sexual. Para 64,4% (n=419) destas, a violência sexual ocorreu em mais de uma ocasião. A maioria das MTT não procurou serviços de saúde (93,2%, n=648), não denunciou (93,9%, n=653) nem buscou apoio de familiares ou amigos (86,5%, n=601). A maior prevalência de violência sexual foi associada à falta de moradia (razão de prevalência ajustada — RPa=1,69, IC 95% 1,01-2,84), histórico de envolvimento em trabalho sexual (RPa=2,04, IC 95% 1,46-2,85), relato de saúde emocional regular, ruim ou muito ruim (RPa=1,67, IC 95% 1,28-2,19) e experiência de dificuldades de acesso aos serviços de saúde (RPa=2,78, IC 95% 1,74-4,43). Conclusão A alta prevalência de violência sexual, analisada em conjunto com as ações das vítimas, indica um contexto de alta vulnerabilidade e baixo suporte institucional. Nesse cenário, a violência pode ser exacerbada, resultando em graves consequências para a saúde. ABSTRACT Objective To describe the prevalence, characteristics, and factors associated with sexual violence in transgender women and travestis (TGW) in Brazil. Methods This cross-sectional study was conducted in five Brazilian cities (Campo Grande, Manaus, Porto Alegre, Salvador, and São Paulo) between 2019 and 2021. Participants were recruited using the respondent-driven sampling (RDS) technique. The outcome of interest is the self-reported experience of sexual violence throughout the respondents’ lifetime. We evaluated the actions taken by victims of sexual violence and how they dealt with the experience. Logistic regression analysis was employed to examine the associations between sociodemographic and behavioral factors (such as race, income, drug use, sex work, and ac
ISSN:1415-790X
1980-5497
DOI:10.1590/1980-549720240013.supl.1.2