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Tempo, espaço e chefias no Alto Xingu: uma análise de akinha kuikuro

Resumo Este artigo parte da análise de duas akinha kuikuro - termo geralmente traduzido como ‘narrativa’ – para desenvolver reflexões sobre as relações entre espacialidade e política no Alto Xingu. A partir da perspectiva linguística, a atenção se volta para a produção e organização de temporalidade...

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Published in:Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas 2023, Vol.18 (3)
Main Authors: Sá, Thiago Braga, Franchetto, Bruna, Santos, Gélsama Mara Ferreira dos, Moraes, Bruno, Kuikuro, Ashauá Didi
Format: Article
Language:eng ; por
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Summary:Resumo Este artigo parte da análise de duas akinha kuikuro - termo geralmente traduzido como ‘narrativa’ – para desenvolver reflexões sobre as relações entre espacialidade e política no Alto Xingu. A partir da perspectiva linguística, a atenção se volta para a produção e organização de temporalidades e sequenciamento temporal em uma língua sem flexão verbal de tempo (tense). Para este fim, serão abordados: aspectos verbal e nominal, partículas epistêmicas-evidenciais e dêiticos demonstrativos. Esse tempo distribuído pela semântica de diferentes grupos de morfemas oferece um trampolim analógico-heurístico para pensar como as noções de tempo e os esforços de historiografia nativa das akinha kuikuro distribuem-se também pela paisagem alto-xinguana, condensando-se de forma diferenciada em distintos espaços e relações políticas na região. O artigo, portanto, realça não apenas os recursos mobilizados na arte verbal executada pelos ‘mestres narradores’ kuikuro, como também abre conexões com territórios passados e presentes e concepções nativas historiográficas, espaciais, cosmológicas e de configurações de paisagens do passado e do presente. Abstract This article opens with an analysis of two Kuikuro akinha (a term commonly translated as ‘narrative’) to develop considerations about the relationship between spatiality and politics in the Upper Xingu. From a linguistic perspective, we address the production and organization of temporalities and temporal sequencing in a language with no verbal tense inflection. To this end, the article approaches verbal and nominal aspects, epistemic-evidential particles, and demonstrative deictics. This tense distributed through the semantics of different groups of morphemes offers an analogic-heuristic launchpad for considering how notions of time and efforts at native historiography in Kuikuro akinha also circulate through the landscape of the Upper Xingu, condensing to different extents in different spaces and political relationships. This article consequently highlights not only the resources mobilized in the verbal art of Kuikuro storytellers but also opens connections with past and present territories and native historiographical, spatial, and cosmological conceptions and configurations of past and present landscapes.
ISSN:1981-8122
2178-2547
DOI:10.1590/2178-2547-bgoeldi-2022-0024