Loading…
INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE
As infecções da corrente sanguínea (ICS) são frequentes após transplante hepático, acometendo 19 a 41% dos receptores. Estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade, sobretudo quando causadas por bactérias multidroga resistentes (MDR). Avaliação retrospectiva de coorte de pacientes submetidos...
Saved in:
Published in: | The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103252 |
---|---|
Main Authors: | , , , , , , , |
Format: | Article |
Language: | English |
Subjects: | |
Online Access: | Get full text |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
cited_by | |
---|---|
cites | |
container_end_page | |
container_issue | |
container_start_page | 103252 |
container_title | The Brazilian journal of infectious diseases |
container_volume | 27 |
creator | Guimarães, Luiz Felipe de Abreu Curcio, Tainara Moreira Pereira, Larissa de Oliveira Brito-Azevedo, Anderson de Sousa, Claudia Cristina Tavares Basto, Samanta Teixeira Fernandes, Eduardo de Souza Martins Santoro-Lopes, Guilherme |
description | As infecções da corrente sanguínea (ICS) são frequentes após transplante hepático, acometendo 19 a 41% dos receptores. Estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade, sobretudo quando causadas por bactérias multidroga resistentes (MDR).
Avaliação retrospectiva de coorte de pacientes submetidos a transplantes de fígado no Hospital Adventista Silvestre entre 2015 e 2020. O diagnóstico de ICS nos primeiros 180 dias pós-transplante foi realizado através de sistemas automatizados de cultivo, com identificação e antibiograma realizados através de metodologia automatizada, com complementação diagnóstica com testes de bancada, conforme a necessidade. A comparação da mortalidade em 1 ano foi calculada por meio do teste de qui quadrado, utilizando o software OpenEpi.
No período de estudo, foram realizados 564 transplantes em 530 receptores. 53 receptores (10%) apresentaram 72 episódios de ICS nos primeiros 180 dias após o transplante hepático, com mediana de tempo desde o transplante até o diagnóstico de ICS igual a 14 dias. Houve isolamento de 77 microrganismos nos 72 episódios. Houve 5 casos (7%) de infecções polimicrobianas e 9 casos (13%) de bacteremia persistente, definida como isolamento do mesmo microrganismo em hemocultura dentro de 15 dias após a cultura inicial. Em 44 episódios (57%), foram isoladas enterobactérias, com predomínio de Klebsiella pneumoniae (30 episódios; 39%). Nos demais, foram isolados cocos Gram-positivos (n = 19; 25%), bacilos Gram-negativos não fermentadores (n = 11; 14%) e leveduras (n = 3; 4%). Em 27 episódios (38%), houve isolamento de bactéria MDR. A mortalidade em 7 e 30 dias entre pacientes acometidos por ICS, foi de 17% e 44%, respectivamente. Notavelmente, pacientes acometidos por ICS por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos tiveram mortalidade de 71% em 30 dias. Os receptores acometidos por ICS tiveram mortalidade de 62% em 1 ano, enquanto nos não acometidos a mortalidade foi de 20% em 1 ano (p < 0,001, Odds Ratio de 6,60, IC95%: 3,64-12,20).
Nesta coorte recente de transplante hepático, a ICS continua sendo complicação frequente, com proporção expressiva causada por bactérias MDR. Sua ocorrência se deu predominantemente no período pós-transplante precoce e esteve associada com elevada mortalidade em 7 e 30 dias, além de ter sido associada com elevação significante de mortalidade em 1 ano, na comparação com pacientes sem diagnóstico de ICS. |
doi_str_mv | 10.1016/j.bjid.2023.103252 |
format | article |
fullrecord | <record><control><sourceid>elsevier_doaj_</sourceid><recordid>TN_cdi_doaj_primary_oai_doaj_org_article_1ace0198e7ed436889c6cf4217a9a4af</recordid><sourceformat>XML</sourceformat><sourcesystem>PC</sourcesystem><els_id>S1413867023005123</els_id><doaj_id>oai_doaj_org_article_1ace0198e7ed436889c6cf4217a9a4af</doaj_id><sourcerecordid>S1413867023005123</sourcerecordid><originalsourceid>FETCH-LOGICAL-d1632-25e3523aaf91758abb6ca29b0194a88424de1cb6637de04b3c1235c86055c0c3</originalsourceid><addsrcrecordid>eNotkctKxDAYhbtQ8PoCrvIAzphb01TcxE5mDHTa2tZ1SNOMtKgjnUFw6UpQXIlP1BezdVz9hwPn44fP884QnCKI2EU7rdqmnmKIyVAQ7OM97xBRRCacBfDAO9psWgixDyk89D5VMpdR_97_yALMBIjSPJdJKUEhksVd_5VIAZK0AFmullLlQ0IcgpkSBRBZ_12AMhdJkcVi3NzIrH8rVZRegnkub-_6jyRS4hzIUqVxulACSKCWmYjKFBTpdS6BAMs0L0WsZmImT7z9lXnYuNP_e-yVc1lGN5NxG4l4UiNG8AT7jviYGLMKUeBzU1XMGhxWEIXUcE4xrR2yFWMkqB2kFbEIE99yBn3fQkuOPbXD1mvT6ueueTTdq16bRv8V6-5em27b2AenkbFuwHIXuJoSxnlomV1RjAITGmpWA-tqx3LDvy-N6_TGNu7JurrpnN0OxEYjqEcvutWjFz160Tsv5BfOH3zD</addsrcrecordid><sourcetype>Open Website</sourcetype><iscdi>true</iscdi><recordtype>article</recordtype></control><display><type>article</type><title>INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE</title><source>ScienceDirect®</source><source>PubMed Central(OpenAccess)</source><source>SciELO</source><creator>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu ; Curcio, Tainara Moreira ; Pereira, Larissa de Oliveira ; Brito-Azevedo, Anderson ; de Sousa, Claudia Cristina Tavares ; Basto, Samanta Teixeira ; Fernandes, Eduardo de Souza Martins ; Santoro-Lopes, Guilherme</creator><creatorcontrib>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu ; Curcio, Tainara Moreira ; Pereira, Larissa de Oliveira ; Brito-Azevedo, Anderson ; de Sousa, Claudia Cristina Tavares ; Basto, Samanta Teixeira ; Fernandes, Eduardo de Souza Martins ; Santoro-Lopes, Guilherme</creatorcontrib><description>As infecções da corrente sanguínea (ICS) são frequentes após transplante hepático, acometendo 19 a 41% dos receptores. Estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade, sobretudo quando causadas por bactérias multidroga resistentes (MDR).
Avaliação retrospectiva de coorte de pacientes submetidos a transplantes de fígado no Hospital Adventista Silvestre entre 2015 e 2020. O diagnóstico de ICS nos primeiros 180 dias pós-transplante foi realizado através de sistemas automatizados de cultivo, com identificação e antibiograma realizados através de metodologia automatizada, com complementação diagnóstica com testes de bancada, conforme a necessidade. A comparação da mortalidade em 1 ano foi calculada por meio do teste de qui quadrado, utilizando o software OpenEpi.
No período de estudo, foram realizados 564 transplantes em 530 receptores. 53 receptores (10%) apresentaram 72 episódios de ICS nos primeiros 180 dias após o transplante hepático, com mediana de tempo desde o transplante até o diagnóstico de ICS igual a 14 dias. Houve isolamento de 77 microrganismos nos 72 episódios. Houve 5 casos (7%) de infecções polimicrobianas e 9 casos (13%) de bacteremia persistente, definida como isolamento do mesmo microrganismo em hemocultura dentro de 15 dias após a cultura inicial. Em 44 episódios (57%), foram isoladas enterobactérias, com predomínio de Klebsiella pneumoniae (30 episódios; 39%). Nos demais, foram isolados cocos Gram-positivos (n = 19; 25%), bacilos Gram-negativos não fermentadores (n = 11; 14%) e leveduras (n = 3; 4%). Em 27 episódios (38%), houve isolamento de bactéria MDR. A mortalidade em 7 e 30 dias entre pacientes acometidos por ICS, foi de 17% e 44%, respectivamente. Notavelmente, pacientes acometidos por ICS por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos tiveram mortalidade de 71% em 30 dias. Os receptores acometidos por ICS tiveram mortalidade de 62% em 1 ano, enquanto nos não acometidos a mortalidade foi de 20% em 1 ano (p < 0,001, Odds Ratio de 6,60, IC95%: 3,64-12,20).
Nesta coorte recente de transplante hepático, a ICS continua sendo complicação frequente, com proporção expressiva causada por bactérias MDR. Sua ocorrência se deu predominantemente no período pós-transplante precoce e esteve associada com elevada mortalidade em 7 e 30 dias, além de ter sido associada com elevação significante de mortalidade em 1 ano, na comparação com pacientes sem diagnóstico de ICS.</description><identifier>ISSN: 1413-8670</identifier><identifier>DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103252</identifier><language>eng</language><publisher>Elsevier España, S.L.U</publisher><subject>Transplante hepático Infecção de corrente sanguínea Prognóstico Epidemiologia Etiologia</subject><ispartof>The Brazilian journal of infectious diseases, 2023-10, Vol.27, p.103252</ispartof><rights>2023</rights><lds50>peer_reviewed</lds50><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><linktohtml>$$Uhttps://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867023005123$$EHTML$$P50$$Gelsevier$$Hfree_for_read</linktohtml><link.rule.ids>314,780,784,3549,27924,27925,45780</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu</creatorcontrib><creatorcontrib>Curcio, Tainara Moreira</creatorcontrib><creatorcontrib>Pereira, Larissa de Oliveira</creatorcontrib><creatorcontrib>Brito-Azevedo, Anderson</creatorcontrib><creatorcontrib>de Sousa, Claudia Cristina Tavares</creatorcontrib><creatorcontrib>Basto, Samanta Teixeira</creatorcontrib><creatorcontrib>Fernandes, Eduardo de Souza Martins</creatorcontrib><creatorcontrib>Santoro-Lopes, Guilherme</creatorcontrib><title>INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE</title><title>The Brazilian journal of infectious diseases</title><description>As infecções da corrente sanguínea (ICS) são frequentes após transplante hepático, acometendo 19 a 41% dos receptores. Estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade, sobretudo quando causadas por bactérias multidroga resistentes (MDR).
Avaliação retrospectiva de coorte de pacientes submetidos a transplantes de fígado no Hospital Adventista Silvestre entre 2015 e 2020. O diagnóstico de ICS nos primeiros 180 dias pós-transplante foi realizado através de sistemas automatizados de cultivo, com identificação e antibiograma realizados através de metodologia automatizada, com complementação diagnóstica com testes de bancada, conforme a necessidade. A comparação da mortalidade em 1 ano foi calculada por meio do teste de qui quadrado, utilizando o software OpenEpi.
No período de estudo, foram realizados 564 transplantes em 530 receptores. 53 receptores (10%) apresentaram 72 episódios de ICS nos primeiros 180 dias após o transplante hepático, com mediana de tempo desde o transplante até o diagnóstico de ICS igual a 14 dias. Houve isolamento de 77 microrganismos nos 72 episódios. Houve 5 casos (7%) de infecções polimicrobianas e 9 casos (13%) de bacteremia persistente, definida como isolamento do mesmo microrganismo em hemocultura dentro de 15 dias após a cultura inicial. Em 44 episódios (57%), foram isoladas enterobactérias, com predomínio de Klebsiella pneumoniae (30 episódios; 39%). Nos demais, foram isolados cocos Gram-positivos (n = 19; 25%), bacilos Gram-negativos não fermentadores (n = 11; 14%) e leveduras (n = 3; 4%). Em 27 episódios (38%), houve isolamento de bactéria MDR. A mortalidade em 7 e 30 dias entre pacientes acometidos por ICS, foi de 17% e 44%, respectivamente. Notavelmente, pacientes acometidos por ICS por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos tiveram mortalidade de 71% em 30 dias. Os receptores acometidos por ICS tiveram mortalidade de 62% em 1 ano, enquanto nos não acometidos a mortalidade foi de 20% em 1 ano (p < 0,001, Odds Ratio de 6,60, IC95%: 3,64-12,20).
Nesta coorte recente de transplante hepático, a ICS continua sendo complicação frequente, com proporção expressiva causada por bactérias MDR. Sua ocorrência se deu predominantemente no período pós-transplante precoce e esteve associada com elevada mortalidade em 7 e 30 dias, além de ter sido associada com elevação significante de mortalidade em 1 ano, na comparação com pacientes sem diagnóstico de ICS.</description><subject>Transplante hepático Infecção de corrente sanguínea Prognóstico Epidemiologia Etiologia</subject><issn>1413-8670</issn><fulltext>true</fulltext><rsrctype>article</rsrctype><creationdate>2023</creationdate><recordtype>article</recordtype><sourceid>DOA</sourceid><recordid>eNotkctKxDAYhbtQ8PoCrvIAzphb01TcxE5mDHTa2tZ1SNOMtKgjnUFw6UpQXIlP1BezdVz9hwPn44fP884QnCKI2EU7rdqmnmKIyVAQ7OM97xBRRCacBfDAO9psWgixDyk89D5VMpdR_97_yALMBIjSPJdJKUEhksVd_5VIAZK0AFmullLlQ0IcgpkSBRBZ_12AMhdJkcVi3NzIrH8rVZRegnkub-_6jyRS4hzIUqVxulACSKCWmYjKFBTpdS6BAMs0L0WsZmImT7z9lXnYuNP_e-yVc1lGN5NxG4l4UiNG8AT7jviYGLMKUeBzU1XMGhxWEIXUcE4xrR2yFWMkqB2kFbEIE99yBn3fQkuOPbXD1mvT6ueueTTdq16bRv8V6-5em27b2AenkbFuwHIXuJoSxnlomV1RjAITGmpWA-tqx3LDvy-N6_TGNu7JurrpnN0OxEYjqEcvutWjFz160Tsv5BfOH3zD</recordid><startdate>202310</startdate><enddate>202310</enddate><creator>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu</creator><creator>Curcio, Tainara Moreira</creator><creator>Pereira, Larissa de Oliveira</creator><creator>Brito-Azevedo, Anderson</creator><creator>de Sousa, Claudia Cristina Tavares</creator><creator>Basto, Samanta Teixeira</creator><creator>Fernandes, Eduardo de Souza Martins</creator><creator>Santoro-Lopes, Guilherme</creator><general>Elsevier España, S.L.U</general><general>Elsevier</general><scope>6I.</scope><scope>AAFTH</scope><scope>DOA</scope></search><sort><creationdate>202310</creationdate><title>INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE</title><author>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu ; Curcio, Tainara Moreira ; Pereira, Larissa de Oliveira ; Brito-Azevedo, Anderson ; de Sousa, Claudia Cristina Tavares ; Basto, Samanta Teixeira ; Fernandes, Eduardo de Souza Martins ; Santoro-Lopes, Guilherme</author></sort><facets><frbrtype>5</frbrtype><frbrgroupid>cdi_FETCH-LOGICAL-d1632-25e3523aaf91758abb6ca29b0194a88424de1cb6637de04b3c1235c86055c0c3</frbrgroupid><rsrctype>articles</rsrctype><prefilter>articles</prefilter><language>eng</language><creationdate>2023</creationdate><topic>Transplante hepático Infecção de corrente sanguínea Prognóstico Epidemiologia Etiologia</topic><toplevel>peer_reviewed</toplevel><toplevel>online_resources</toplevel><creatorcontrib>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu</creatorcontrib><creatorcontrib>Curcio, Tainara Moreira</creatorcontrib><creatorcontrib>Pereira, Larissa de Oliveira</creatorcontrib><creatorcontrib>Brito-Azevedo, Anderson</creatorcontrib><creatorcontrib>de Sousa, Claudia Cristina Tavares</creatorcontrib><creatorcontrib>Basto, Samanta Teixeira</creatorcontrib><creatorcontrib>Fernandes, Eduardo de Souza Martins</creatorcontrib><creatorcontrib>Santoro-Lopes, Guilherme</creatorcontrib><collection>ScienceDirect Open Access Titles</collection><collection>Elsevier:ScienceDirect:Open Access</collection><collection>DOAJ Directory of Open Access Journals</collection><jtitle>The Brazilian journal of infectious diseases</jtitle></facets><delivery><delcategory>Remote Search Resource</delcategory><fulltext>fulltext</fulltext></delivery><addata><au>Guimarães, Luiz Felipe de Abreu</au><au>Curcio, Tainara Moreira</au><au>Pereira, Larissa de Oliveira</au><au>Brito-Azevedo, Anderson</au><au>de Sousa, Claudia Cristina Tavares</au><au>Basto, Samanta Teixeira</au><au>Fernandes, Eduardo de Souza Martins</au><au>Santoro-Lopes, Guilherme</au><format>journal</format><genre>article</genre><ristype>JOUR</ristype><atitle>INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE</atitle><jtitle>The Brazilian journal of infectious diseases</jtitle><date>2023-10</date><risdate>2023</risdate><volume>27</volume><spage>103252</spage><pages>103252-</pages><issn>1413-8670</issn><abstract>As infecções da corrente sanguínea (ICS) são frequentes após transplante hepático, acometendo 19 a 41% dos receptores. Estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade, sobretudo quando causadas por bactérias multidroga resistentes (MDR).
Avaliação retrospectiva de coorte de pacientes submetidos a transplantes de fígado no Hospital Adventista Silvestre entre 2015 e 2020. O diagnóstico de ICS nos primeiros 180 dias pós-transplante foi realizado através de sistemas automatizados de cultivo, com identificação e antibiograma realizados através de metodologia automatizada, com complementação diagnóstica com testes de bancada, conforme a necessidade. A comparação da mortalidade em 1 ano foi calculada por meio do teste de qui quadrado, utilizando o software OpenEpi.
No período de estudo, foram realizados 564 transplantes em 530 receptores. 53 receptores (10%) apresentaram 72 episódios de ICS nos primeiros 180 dias após o transplante hepático, com mediana de tempo desde o transplante até o diagnóstico de ICS igual a 14 dias. Houve isolamento de 77 microrganismos nos 72 episódios. Houve 5 casos (7%) de infecções polimicrobianas e 9 casos (13%) de bacteremia persistente, definida como isolamento do mesmo microrganismo em hemocultura dentro de 15 dias após a cultura inicial. Em 44 episódios (57%), foram isoladas enterobactérias, com predomínio de Klebsiella pneumoniae (30 episódios; 39%). Nos demais, foram isolados cocos Gram-positivos (n = 19; 25%), bacilos Gram-negativos não fermentadores (n = 11; 14%) e leveduras (n = 3; 4%). Em 27 episódios (38%), houve isolamento de bactéria MDR. A mortalidade em 7 e 30 dias entre pacientes acometidos por ICS, foi de 17% e 44%, respectivamente. Notavelmente, pacientes acometidos por ICS por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos tiveram mortalidade de 71% em 30 dias. Os receptores acometidos por ICS tiveram mortalidade de 62% em 1 ano, enquanto nos não acometidos a mortalidade foi de 20% em 1 ano (p < 0,001, Odds Ratio de 6,60, IC95%: 3,64-12,20).
Nesta coorte recente de transplante hepático, a ICS continua sendo complicação frequente, com proporção expressiva causada por bactérias MDR. Sua ocorrência se deu predominantemente no período pós-transplante precoce e esteve associada com elevada mortalidade em 7 e 30 dias, além de ter sido associada com elevação significante de mortalidade em 1 ano, na comparação com pacientes sem diagnóstico de ICS.</abstract><pub>Elsevier España, S.L.U</pub><doi>10.1016/j.bjid.2023.103252</doi><oa>free_for_read</oa></addata></record> |
fulltext | fulltext |
identifier | ISSN: 1413-8670 |
ispartof | The Brazilian journal of infectious diseases, 2023-10, Vol.27, p.103252 |
issn | 1413-8670 |
language | eng |
recordid | cdi_doaj_primary_oai_doaj_org_article_1ace0198e7ed436889c6cf4217a9a4af |
source | ScienceDirect®; PubMed Central(OpenAccess); SciELO |
subjects | Transplante hepático Infecção de corrente sanguínea Prognóstico Epidemiologia Etiologia |
title | INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE |
url | http://sfxeu10.hosted.exlibrisgroup.com/loughborough?ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2024-12-26T13%3A44%3A27IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-elsevier_doaj_&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:journal&rft.genre=article&rft.atitle=INFEC%C3%87%C3%95ES%20DA%20CORRENTE%20SANGU%C3%8DNEA%20NOS%20PRIMEIROS%20180%20DIAS%20AP%C3%93S%20TRANSPLANTE%20HEP%C3%81TICO:%20FREQU%C3%8ANCIA,%20ETIOLOGIA%20E%20IMPACTO%20SOBRE%20A%20MORTALIDADE&rft.jtitle=The%20Brazilian%20journal%20of%20infectious%20diseases&rft.au=Guimar%C3%A3es,%20Luiz%20Felipe%20de%20Abreu&rft.date=2023-10&rft.volume=27&rft.spage=103252&rft.pages=103252-&rft.issn=1413-8670&rft_id=info:doi/10.1016/j.bjid.2023.103252&rft_dat=%3Celsevier_doaj_%3ES1413867023005123%3C/elsevier_doaj_%3E%3Cgrp_id%3Ecdi_FETCH-LOGICAL-d1632-25e3523aaf91758abb6ca29b0194a88424de1cb6637de04b3c1235c86055c0c3%3C/grp_id%3E%3Coa%3E%3C/oa%3E%3Curl%3E%3C/url%3E&rft_id=info:oai/&rft_id=info:pmid/&rfr_iscdi=true |