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TRANSPLANTE RENAL CRUZADO EM PORTUGAL – UM EXEMPLO DE SUCESSO

Até  30% dos pares de dador vivo não são transplantados por incompatibilidade do grupo ABO e/ou do sistema Human Leukocyte Antigen (HLA). Os programas de doação renal cruzada surgiram como uma estratégia para tentar ultrapassar estas barreiras. Em Portugal o Programa Nacional de Doação Renal Cruzada...

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Published in:Brazilian Journal of Transplantation 2019-03, Vol.22 (2), p.6-9
Main Authors: Ribeiro, Catarina Isabel, Pestana, Nicole, Silva, Filipa, Almeida, Manuela, Dias, Leonídio, Relvas, Miguel, Sampaio, Susana, Godinho, João, Gaspar, Ana, Machado, Domingos, Teixeira, Catarina, Santos, Lídia, Tafulo, Sandra, Nolasco, Fernando, Henriques, António Castro, Cabrita, António
Format: Article
Language:English
Subjects:
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Description
Summary:Até  30% dos pares de dador vivo não são transplantados por incompatibilidade do grupo ABO e/ou do sistema Human Leukocyte Antigen (HLA). Os programas de doação renal cruzada surgiram como uma estratégia para tentar ultrapassar estas barreiras. Em Portugal o Programa Nacional de Doação Renal Cruzada (PNDRC) foi legislado em 2010 e o primeiro transplante renal cruzado ocorreu em 2013. Até ao momento foram efetuados 22 transplantes deste tipo. Objetivo: O presente trabalho visa avaliar as caraterísticas e perfil evolutivo dos doentes submetidos a transplante renal cruzado em Portugal. Métodos: Os autores apresentam um estudo observacional retrospetcivo com análise dos respetivos doentes. Resultados: Da amostra total, a maioria dos recetores era do sexo masculino (55%), com idade mediana 53 anos. A poliquistose renal foi a etiologia da doença renal mais comum (18%) e a maioria dos doentes encontrava-se previamente em programa crónico de hemodiálise (68%). Três doentes apresentaram Calculated Panel Reactive Antibody (PRAc) superior a 98% e 10 PRAc superior a 80%. Foi realizada indução de imunossupressão com Anti-Thymocyte Globulin (ATG) em 50% dos doentes e imunomodulação com Rituximab e/ou plasmaferese em 15%. Todos os recetores evoluíram com função imediata do enxerto. Não se registaram complicaçães major, com eventos minor em 15%. Num tempo mediano de follow-up de 2 7 [ 2-46] meses, não se verificou nenhum caso de rejeição celular aguda e a penas um de rejeição humoral. As sobrevidas do dador e recetor foram ambas 100%. Conclusão: A apresentação destes resultados preliminares excelentes visa estimular o aumento do número de pares a incluir no PNDRC e um maior número de transplantes efetuados no programa. Tal como uma parte significativa desta amostra, o transplante renal cruzado pode constituir uma possibilidade para doentes com incompatibilidade do sistema HLA e/ou do grupo ABO. A doação renal cruzada em muito engrandece a doação em vida, oferecendo a pares incompatíveis e selecionados, uma oportunidade de transplantação renal com sucesso.
ISSN:2764-1589
2764-1589
DOI:10.53855/bjt.v22i2.43