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Transplante cardíaco ortotópico: experiência na Universidade Federal de São Paulo

Foram realizados no período de novembro de 1986 a abril de 1997, 92 transplantes ortotópicos, com receptores na faixa etária de 3 a 63 anos (média de 44,9 anos). Os diagnósticos pré-operatórios foram de miocardiopatia dilatada em 42 (44,6%) pacientes, isquêmica em 23 (25,0%), chagásica em 21 (22,8%)...

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Published in:Revista brasileira de cirurgia cardiovascular 1998-10, Vol.13 (4), p.285-294
Main Authors: BRANCO, João Nelson Rodrigues, TELES, Carlos Alberto, AGUIAR, Luciano de Figueiredo, VARGAS, G. F., HOSSNE Jr, M. A., ANDRADE, José Carlos S., CARVALHO, A. C. C., BUFFOLO, Ênio
Format: Article
Language:English
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BUFFOLO, Ênio
description Foram realizados no período de novembro de 1986 a abril de 1997, 92 transplantes ortotópicos, com receptores na faixa etária de 3 a 63 anos (média de 44,9 anos). Os diagnósticos pré-operatórios foram de miocardiopatia dilatada em 42 (44,6%) pacientes, isquêmica em 23 (25,0%), chagásica em 21 (22,8%), valvar em 3 (3,2%) e outras miocardiopatias em 3 (3,2%) pacientes. A técnica operatória empregada (Lower e Shumway, em 1960) foi satisfatória e sem complicações. O tempo de isquemia - mais longo nos transplantes com captação à distância - foi sempre inferior a quatro horas. As complicações relacionadas ao uso crônico de imunossupressores foram, principalmente, hipertensão arterial (84,6%), hiperuricemia (75,4%) e dislipidemia (63,0%). Quanto às infecções, houve predomínio das virais, com 42 (45,6%) casos, seguidas das bacterianas, com 35 (38,0%) casos, e das por protozoários, com 15 (16,3%) casos. Dentre as infecções bacterianas, sete foram do sítio cirúrgico, com boa evolução. Das infecções por protozoários, sete (46,6%) forma por reativação do Trypanosoma cruzi. A mortalidade geral nos primeiros 30 dias do pós-operatório foi de 17,3% e teve, como principais causas: infecção, complicações neurológicas e rejeição. Após esses 30 dias e até o primeiro ano, houve 10 (10,3%) óbitos, com predomínio de rejeição e infecção como causas. Após o primeiro ano de pós-operatório, houve 13 (14,0%) falecimentos, por causas diversas, como: morte súbita, infecção, rejeição, além de outras. A curva actuarial mostrou no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º anos uma sobrevivência de receptores de 71,6%, 66,6%, 60,5%, 54,4%, 54,4%, 54,4%, respectivamente. Não houve perda de seguimento de paciente, e os sobreviventes até a conclusão do trabalho encontravam-se bem, todos em classe funcional I da NYHA. Os autores concluem que é possível a realização de transplante cardíaco em nossa comunidade com sobrevivência e taxa de complicações pós-operatórias aceitáveis, porém diferentes das estatísticas internacionais.From November, 1986 to April, 1997; 92 orthotopic heart transplants were performed, with recipient mean age of 44,9 years (range 3 to 63 years). Recipient diagnoses included dilated cardiomyopathy in 42 (44.6%) ischemic cardiomyopathy in 23 (25%), Chagas disease in 21 (22.8%), valve disease in 3 (3.2%) patients. The surgical technique used (described by Lower e Shumway, in 1960, with minor modification) was satisfactory and without complication. Graft ischemic time - Longer in heart transport
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A curva actuarial mostrou no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º anos uma sobrevivência de receptores de 71,6%, 66,6%, 60,5%, 54,4%, 54,4%, 54,4%, respectivamente. Não houve perda de seguimento de paciente, e os sobreviventes até a conclusão do trabalho encontravam-se bem, todos em classe funcional I da NYHA. Os autores concluem que é possível a realização de transplante cardíaco em nossa comunidade com sobrevivência e taxa de complicações pós-operatórias aceitáveis, porém diferentes das estatísticas internacionais.From November, 1986 to April, 1997; 92 orthotopic heart transplants were performed, with recipient mean age of 44,9 years (range 3 to 63 years). Recipient diagnoses included dilated cardiomyopathy in 42 (44.6%) ischemic cardiomyopathy in 23 (25%), Chagas disease in 21 (22.8%), valve disease in 3 (3.2%) patients. The surgical technique used (described by Lower e Shumway, in 1960, with minor modification) was satisfactory and without complication. Graft ischemic time - Longer in heart transported from other institutions compared to side-by-side transplantation - was always less than 4 hours. The most common chronic complications of immunosuppressive therapy were: arterial hyperthension (84.6%), hyperuricemia (75.4%) and hypercholesterolemia (63%). Regarding infections, viral were the most common ones with 92 (45.6%) followed by bacterial with 35 (38.0%), and protozoal with 15 (16.3%) cases. Among bacterial infections, 7 occurred in the surgical wound, with good evolution. Among those infections caused by protozoal, 7 (46.6%) were due to Trypanossoma cruzi. The overall mortality rate within 30 days of transplantation was 17.3%, with infection, neurologic complications and rejection as major causes. From 30 days to 1 year of transplantation, the mortality rate was 10.3%, with infection and rejection as primary causes. And after one year post-transplantation, the mortality rate was 14%, with several different causes: sudden death, infection, rejection and others. The actuarial survival estimates at 1, 2, 3, 4, 5, and 6 years were 71.6%, 66.5%, 60.5%, 54.4%, 54.4% and 54.4%, respectively. There were no follow-up losses, and all the surviving patients are in functional type I of the NYHA. Cardiac transplantation procedure is possible in our community with accetable survival and post-operative complication rates acceptable, even though different from international statistics.</description><identifier>ISSN: 0102-7638</identifier><identifier>EISSN: 1678-9741</identifier><identifier>DOI: 10.1590/S0102-76381998000400002</identifier><language>eng</language><publisher>Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular</publisher><subject>Graft rejection ; Heart transplantation ; Rejeição de enxerto ; Transplante de coração</subject><ispartof>Revista brasileira de cirurgia cardiovascular, 1998-10, Vol.13 (4), p.285-294</ispartof><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed><citedby>FETCH-LOGICAL-c1682-55280e1e06f6cd71942aff75275603bf2d70bc3c03e58aec23d7f186a83272983</citedby></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><link.rule.ids>314,780,784,27924,27925</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>BRANCO, João Nelson Rodrigues</creatorcontrib><creatorcontrib>TELES, Carlos Alberto</creatorcontrib><creatorcontrib>AGUIAR, Luciano de Figueiredo</creatorcontrib><creatorcontrib>VARGAS, G. 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As complicações relacionadas ao uso crônico de imunossupressores foram, principalmente, hipertensão arterial (84,6%), hiperuricemia (75,4%) e dislipidemia (63,0%). Quanto às infecções, houve predomínio das virais, com 42 (45,6%) casos, seguidas das bacterianas, com 35 (38,0%) casos, e das por protozoários, com 15 (16,3%) casos. Dentre as infecções bacterianas, sete foram do sítio cirúrgico, com boa evolução. Das infecções por protozoários, sete (46,6%) forma por reativação do Trypanosoma cruzi. A mortalidade geral nos primeiros 30 dias do pós-operatório foi de 17,3% e teve, como principais causas: infecção, complicações neurológicas e rejeição. Após esses 30 dias e até o primeiro ano, houve 10 (10,3%) óbitos, com predomínio de rejeição e infecção como causas. Após o primeiro ano de pós-operatório, houve 13 (14,0%) falecimentos, por causas diversas, como: morte súbita, infecção, rejeição, além de outras. 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Graft ischemic time - Longer in heart transported from other institutions compared to side-by-side transplantation - was always less than 4 hours. The most common chronic complications of immunosuppressive therapy were: arterial hyperthension (84.6%), hyperuricemia (75.4%) and hypercholesterolemia (63%). Regarding infections, viral were the most common ones with 92 (45.6%) followed by bacterial with 35 (38.0%), and protozoal with 15 (16.3%) cases. Among bacterial infections, 7 occurred in the surgical wound, with good evolution. Among those infections caused by protozoal, 7 (46.6%) were due to Trypanossoma cruzi. The overall mortality rate within 30 days of transplantation was 17.3%, with infection, neurologic complications and rejection as major causes. From 30 days to 1 year of transplantation, the mortality rate was 10.3%, with infection and rejection as primary causes. And after one year post-transplantation, the mortality rate was 14%, with several different causes: sudden death, infection, rejection and others. The actuarial survival estimates at 1, 2, 3, 4, 5, and 6 years were 71.6%, 66.5%, 60.5%, 54.4%, 54.4% and 54.4%, respectively. There were no follow-up losses, and all the surviving patients are in functional type I of the NYHA. 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O tempo de isquemia - mais longo nos transplantes com captação à distância - foi sempre inferior a quatro horas. As complicações relacionadas ao uso crônico de imunossupressores foram, principalmente, hipertensão arterial (84,6%), hiperuricemia (75,4%) e dislipidemia (63,0%). Quanto às infecções, houve predomínio das virais, com 42 (45,6%) casos, seguidas das bacterianas, com 35 (38,0%) casos, e das por protozoários, com 15 (16,3%) casos. Dentre as infecções bacterianas, sete foram do sítio cirúrgico, com boa evolução. Das infecções por protozoários, sete (46,6%) forma por reativação do Trypanosoma cruzi. A mortalidade geral nos primeiros 30 dias do pós-operatório foi de 17,3% e teve, como principais causas: infecção, complicações neurológicas e rejeição. Após esses 30 dias e até o primeiro ano, houve 10 (10,3%) óbitos, com predomínio de rejeição e infecção como causas. Após o primeiro ano de pós-operatório, houve 13 (14,0%) falecimentos, por causas diversas, como: morte súbita, infecção, rejeição, além de outras. A curva actuarial mostrou no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º anos uma sobrevivência de receptores de 71,6%, 66,6%, 60,5%, 54,4%, 54,4%, 54,4%, respectivamente. Não houve perda de seguimento de paciente, e os sobreviventes até a conclusão do trabalho encontravam-se bem, todos em classe funcional I da NYHA. Os autores concluem que é possível a realização de transplante cardíaco em nossa comunidade com sobrevivência e taxa de complicações pós-operatórias aceitáveis, porém diferentes das estatísticas internacionais.From November, 1986 to April, 1997; 92 orthotopic heart transplants were performed, with recipient mean age of 44,9 years (range 3 to 63 years). Recipient diagnoses included dilated cardiomyopathy in 42 (44.6%) ischemic cardiomyopathy in 23 (25%), Chagas disease in 21 (22.8%), valve disease in 3 (3.2%) patients. The surgical technique used (described by Lower e Shumway, in 1960, with minor modification) was satisfactory and without complication. Graft ischemic time - Longer in heart transported from other institutions compared to side-by-side transplantation - was always less than 4 hours. The most common chronic complications of immunosuppressive therapy were: arterial hyperthension (84.6%), hyperuricemia (75.4%) and hypercholesterolemia (63%). Regarding infections, viral were the most common ones with 92 (45.6%) followed by bacterial with 35 (38.0%), and protozoal with 15 (16.3%) cases. Among bacterial infections, 7 occurred in the surgical wound, with good evolution. Among those infections caused by protozoal, 7 (46.6%) were due to Trypanossoma cruzi. The overall mortality rate within 30 days of transplantation was 17.3%, with infection, neurologic complications and rejection as major causes. From 30 days to 1 year of transplantation, the mortality rate was 10.3%, with infection and rejection as primary causes. And after one year post-transplantation, the mortality rate was 14%, with several different causes: sudden death, infection, rejection and others. The actuarial survival estimates at 1, 2, 3, 4, 5, and 6 years were 71.6%, 66.5%, 60.5%, 54.4%, 54.4% and 54.4%, respectively. There were no follow-up losses, and all the surviving patients are in functional type I of the NYHA. Cardiac transplantation procedure is possible in our community with accetable survival and post-operative complication rates acceptable, even though different from international statistics.</abstract><pub>Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular</pub><doi>10.1590/S0102-76381998000400002</doi><tpages>10</tpages><oa>free_for_read</oa></addata></record>
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