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BARTONELLA HENSELAE COMO UM POSSÍVEL GATILHO PARA REAÇÕES HANSÊNICAS CRÔNICAS TIPO 2

A hanseníase é uma doença milenar relacionada à pobreza, pois certas condições das populações menos favorecidas aumentam consideravelmente a exposição ao Mycobacterium leprae e ao Mycobacterium lepromatosis. Antes, durante ou mesmo após o término do tratamento para hanseníase, aproximadamente 30-50%...

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Published in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103516
Main Authors: dos Santos, Luciene Silva, Drummond, Marina Rovani, Iori, Nathalia Lopes, Goulart, Isabela Maria Bernardes, da Costa França, Andrea Fernandes Eloy, de Souza, Elemir Macedo, Velho, Paulo Eduardo Neves Ferreira
Format: Article
Language:English
Subjects:
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Description
Summary:A hanseníase é uma doença milenar relacionada à pobreza, pois certas condições das populações menos favorecidas aumentam consideravelmente a exposição ao Mycobacterium leprae e ao Mycobacterium lepromatosis. Antes, durante ou mesmo após o término do tratamento para hanseníase, aproximadamente 30-50% dos pacientes desenvolvem reações inflamatórias agudas a antígenos micobacterianos, frequentemente localizados nos nervos periféricos. Essas reações inflamatórias são responsáveis pela maioria das deficiências físicas relacionadas a doenças infecciosas. Quando os pacientes apresentam reações hansênicas subsequentes, ou seja, por mais de seis meses, são considerados reações crônicas, sendo comum o envolvimento neural. Nesses casos, é necessário investigar fatores que possam atuar como desencadeadores dessas reações, incluindo coinfecções, ainda que subclínicas. A imunidade mediada por células Th1 desempenha um papel importante na evolução das infecções bacterianas intracelulares e, portanto, na evolução da hanseníase e suas reações. Há evidências de que a imunidade mediada por células também está intimamente relacionada com a patogênese e controle da infecção por Bartonella spp.. Essas bactérias podem causar infecção assintomática e são responsáveis por doenças emergentes e reemergentes. A coinfecção por B. henselae em paciente com reação hansênica crônica acompanhado na UNICAMP já foi descrita. Neste paciente houve melhora completa das reações com o tratamento para B. henselae. Avaliar a ocorrência de infecção por Bartonella sp. Em amostras de sangue de pacientes que tiveram episódios subintrantes de reações hansênicas tipo 2 por mais de seis meses, comparando-os com um grupo controle. Foram utilizados métodos microbiológicos e moleculares (PCR) em amostras de sangue de pacientes de dois centros de referência para o tratamento da hanseníase no sudeste do Brasil. A evolução de pacientes com DNA de Bartonella sp. Detectado em um dos centros também foi observado. Houve maior prevalência de infecção por Bartonella henselae em pacientes, 19/47 (40,4%), em comparação com o controle, 9/50 (18,0%), p = 0,0149. Cinco pacientes aceitaram o tratamento para coinfecção e todos apresentaram melhora das reações hansênicas com o tratamento da infecção por B. henselae. Conclui-se que essas bactérias podem desencadear reações crônicas da hanseníase tipo 2 e devem ser investigadas nesses pacientes.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103516