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ANÁLISE DESCRITIVA DAS TAXAS DE POSITIVIDADE E CONTAMINAÇÃO DE HEMOCULTURAS REALIZADAS EM OITO HOSPITAIS TERCIÁRIOS PRIVADOS DO RIO DE JANEIRO EM 2021 NA ERA DO COVID-19

A hemocultura (HC) é o recurso laboratorial mais importante para o diagnóstico e a investigação da infecção de corrente sanguínea (ICS) e uma adequada interpretação dos resultados é fundamental para o manejo das bacteremias e o uso responsável de antimicrobianos. O objetivo deste estudo foi analisar...

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Published in:The Brazilian journal of infectious diseases 2022-01, Vol.26, p.102229
Main Authors: Dias, Mayra Lopes Secundo, Correal, Julio Cesar Delgado, de Moura, Camille Alves Brito, Ledesma, Leandro Augusto, Oliveira, Lilian Torres Rodrigues, Araújo, Silvia Maria, Reetz, Raynner Betzel, Ferreira, Hugo Henrique Alves, Damasco, Paulo Viera
Format: Article
Language:English
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Description
Summary:A hemocultura (HC) é o recurso laboratorial mais importante para o diagnóstico e a investigação da infecção de corrente sanguínea (ICS) e uma adequada interpretação dos resultados é fundamental para o manejo das bacteremias e o uso responsável de antimicrobianos. O objetivo deste estudo foi analisar as taxas de positividade e contaminação das HC em hospitais privados do Rio de Janeiro na era do COVID-19. Foi realizado um estudo retrospectivo, transversal multicêntrico em 8 hospitais terciários privados do Rio de Janeiro, de Janeiro a Julho de 2021, sendo: 6 gerais, 1 maternidade, 1 cardiológico, 1 oncológica, 1 pediátrica e 3 com unidades de atendimento a pacientes com COVID-19 (420 leitos de terapia Intensiva). Os isolados positivos da HC foram identificados usando o sistema automático VITEK®2 (bioMérieux, Durham, North Carolina). Os critérios de contaminação das HC foram a presença de espécies contaminantes (Micrococcus spp., Streptococcus viridans, Propionibacterium acnes, Corynebacterium spp., Clostridium perfringens e Bacillus spp.), e no caso dos Staphylococcus coagulase-negativos (SCN) foram classificados segundo o número de frascos positivos: um foi considerado como contaminante, dois ou mais frascos positivos foram consideradas como ICSs verdadeiras. No total foram seleccionadas 26.977 HC coletadas em 7.495 pacientes (3.6 HC/paciente). 24.231 HCs foram negativas (média: 89.8%;IQR:77 - 96,6%) com uma taxa média de positividade de 10,2% (IQR:3,4 - 23%). Nas HC positivas, identificou-se o patógeno causador da ICS em 2.681 amostras (média: 9,9%; IQR:2,9 - 22,9%), e muitas estiveram associadas a SCN (média: 43,7%; IQR:15,2 - 56,7%). Houve apenas 65 amostras identificadas como contaminações (média: 0,24% (IQR:0,07 - 1,69%). Observamos uma menor taxa de positividade das HCs nos hospitais com atendimento de pacientes com COVID-19 (13.8% vs 15.9%) e também uma menor taxa de contaminação (0,15% vs 0,59%). A maioria das contaminações estiveram associadas aos SCN (87,6%) e as espécies de SCN mais frequentemente encontradas foram: Staphylococcus epidermidis (48%), Staphylococcus haemolyticus (18%) e Staphylococcus capitis (9%). Observamos uma taxa média de contaminação das HCs baixa (0.24%), mas também foi verificada uma taxa positividade das HC muito baixa (10.2%), e isto pode afetar o tratamento das ICSs, aumentar custos no atendimento e limitar as medidas de controle de patógenos multirresistentes.
ISSN:1413-8670
1678-4391
DOI:10.1016/j.bjid.2021.102229