Loading…

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS MÉDICOS SOBRE A FEBRE Q VISANDO CONTRIBUIÇÕES INTEGRATIVAS EM SAÚDE PÚBLICA

A febre Q é uma zoonose negligenciada e subnotificada em muitos países. É causada pela bactéria Coxiella burnetii, que além de apresentar resistência e estabilidade ambiental, é um dos agentes mais infecciosos ao ser humano. Na fase crônica da doença podem ocorrer complicações graves e fatais. No Br...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103513
Main Authors: Meurer, Igor Rosa, Silva, Marcio Roberto, Roland, Ronald Kleinsorge, do Amaral Corrêa, José Otávio, Coimbra, Elaine Soares
Format: Article
Language:English
Subjects:
Online Access:Get full text
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:A febre Q é uma zoonose negligenciada e subnotificada em muitos países. É causada pela bactéria Coxiella burnetii, que além de apresentar resistência e estabilidade ambiental, é um dos agentes mais infecciosos ao ser humano. Na fase crônica da doença podem ocorrer complicações graves e fatais. No Brasil, existem estudos que demonstram que o patógeno causador da febre Q apresenta circulação tanto em humanos, como em animais e alimentos. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento dos profissionais médicos sobre a febre Q visando contribuições integrativas em saúde pública. Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, com coleta de dados através de um questionário estruturado, aplicado de forma presencial em médicos de várias especialidades clínicas atuantes nos três níveis de atenção à saúde do município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, entre os meses de março e agosto de 2022. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (Número do Parecer: 5.277.686). Entre os 254 médicos incluídos no estudo, 236 (92,91%) desconheciam a febre Q. Apenas três (16,67%), dos 18 que acertaram pelo menos uma questão específica sobre a doença, tiveram um aproveitamento de mais que 50%. Foram observadas maiores taxas de acerto de pelo menos uma questão (p < 0,0001) nas especialidades clínicas mais relacionadas aos sinais clínicos e sintomas da febre Q e entre os do sexo masculino. Entre os seis infectologistas participantes, dois (33,33%) acertaram pelo menos uma questão específica. Destaca-se que 85,83% dos médicos consideram a febre Q uma doença negligenciada e subnotificada no Brasil. O quase total desconhecimento dos profissionais médicos em relação a febre Q reforça a necessidade de maior abordagem sobre essa zoonose nas Faculdades de Medicina, em Programas de Residência Médica e para os médicos em geral, demonstrando sua importância na prática clínica e na realização de diagnósticos diferenciais. Além disso, torna-se relevante a inclusão da febre Q na lista nacional de doenças de notificação compulsória permitindo um melhor conhecimento da situação epidemiológica no Brasil. Por fim, espera-se que ações efetivas de saúde pública sejam realizadas evitando o subdiagnóstico da febre Q, o desenvolvimento de casos graves e a possibilidade da ocorrência de surto da doença.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103513