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A paternidade na França: entre igualização dos direitos parentais e lutas ligadas às relações sociais de sexo

Na França, a evolução recente do Direito de Família e a redefinição dos direitos dos pais e das mães se desenvolveram em um contexto ideológico em que a noção de "novos pais" teve um papel importante, como em outras sociedades européias. O estudo das práticas masculinas na vida doméstica e...

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Published in:Sociedade e estado 2006-12, Vol.21 (3), p.607-624
Main Author: Devreux, Anne-Marie
Format: Article
Language:eng ; por
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Description
Summary:Na França, a evolução recente do Direito de Família e a redefinição dos direitos dos pais e das mães se desenvolveram em um contexto ideológico em que a noção de "novos pais" teve um papel importante, como em outras sociedades européias. O estudo das práticas masculinas na vida doméstica e da efetiva responsabilidade por filhas e filhos mostra, entretanto, um descompasso entre a idéia de que os pais teriam mudado e a realidade da divisão sexual do trabalho na família. Defendendo os direitos dos pais, em nome da "co-parentalidade", alguns homens, organizados em grupos de defesa dos pais divorciados, reivindicam direitos equivalentes entre pais e mães, invocando o "interesse da criança". O caráter reversível e intermitente do engajamento dos homens-pais na parentalidade e a prioridade que eles conferem à carreira profissional nos levam a interrogar o que está realmente em jogo em seus combates. En France, l'évolution récente du droit de la famille et la redéfinition des droits des pères et des mères se sont déroulées dans un contexte idéologique où la notion de "nouveaux pères" a joué un rôle majeur tout comme dans d'autres sociétés européennes. L'étude des pratiques masculines dans la vie domestique et de la prise en charge effective des enfants montre cependant un décalage entre l'idée que les pères ont changé et la réalité de la division sexuelle du travail dans la famille. Défendant les droits des pères au nom de la " co-parentalité ", certains hommes, organisés dans des groupes de défense des pères divorcés, revendiquent des droits équivalents entre pères et mères en faisant valoir " l'intérêt de l'enfant ". Mais le caractère réversible de l'engagement des pères dans la parentalité et la priorité qu'ils donnent à leur carrière professionnelle font s'interroger sur l'enjeu réel de leurs combats.
ISSN:0102-6992
0102-6992
1980-5462
DOI:10.1590/S0102-69922006000300003