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PAPILOMAVÍRUS HUMANO NO TRATO GENITAL DE MULHERES QUE USAM CRACK: UM ESTUDO TRANSVERSAL NO ESTADO BRASILEIRO DO PARÁ

Infecções pelo papilomavírus humano (HPV) no trato reprodutivo são responsáveis por uma variedade de cânceres e outras condições em homens e mulheres. As mulheres que usam crack (MUC) são vulneráveis ao HPV e outros patógenos. A troca de sexo sem preservativo por dinheiro ou drogas ilícitas é um dos...

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Published in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103477
Main Authors: do Nascimento, Wilker Leite, Heymbeeck, João Alphonse Apóstolo, de Souza Fonseca, Ricardo Roberto, Machado, Luiz Fernando Almeida, Martins, Luisa Caricio, Frade, Paula Cristina Rodrigues, de Oliveira Filho, Aldemir Branco
Format: Article
Language:English
Subjects:
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Description
Summary:Infecções pelo papilomavírus humano (HPV) no trato reprodutivo são responsáveis por uma variedade de cânceres e outras condições em homens e mulheres. As mulheres que usam crack (MUC) são vulneráveis ao HPV e outros patógenos. A troca de sexo sem preservativo por dinheiro ou drogas ilícitas é um dos principais fatores de risco. Este estudo determinou a prevalência e os fatores associados à infecção pelo HPV no trato genital, assim como identificou os genótipos do HPV, numa amostra de MUC no estado do Pará, norte do Brasil. Este estudo transversal utilizou a técnica bola de neve para acessar 154 MUC nos municípios de Augusto Correa, Bragança, Breves, Capanema, Castanhal e Soure, Pará. Todas MUC utilizaram Evalyn Brush para fazer auto coleta de amostras cérvico-vaginais e forneceram informações demográficas, socioeconômicas e comportamentais por preenchimento de formulário estruturado. DNA viral foi detectado e classificado usando reação em cadeia da polimerase (PCR). Modelos de regressão logística foram utilizados para identificar fatores de risco à infecção pelo HPV. A maioria das MUC era solteira, jovem, parda, tinha baixa escolaridade, baixa renda mensal, morava em casa/quarto alugado, e não tinha trabalho regular ou estava desempregada. O tempo médio de uso de crack foi de 32,5 meses. Somente 18 MUC afirmaram ter recebido vacina contra HPV (11.7%). No total, 43 (27.9%) MUC apresentavam DNA do HPV. Os genótipos 11 (7%), 16 (27,9%), 18 (16,3%), 31 (9,3%), 33 (11,6%), 42 (7%), 45 (4,6%), 61 (4,6%), 16/18 (7%) e 33/45 (4,6%) foram detectados. A maioria das MUC tinha infecções simples (88.4%), e cinco delas tinham infecção múltipla (11.6%). Dez fatores/comportamentos foram associados à infecção pelo HPV: uso de crack > 24 meses, sem acesso ao serviço público de saúde, sem vacina contra HPV, sexo sem preservativo, mais de 10 parceiros sexuais, sexo oral, sexo anal, troca de sexo por dinheiro/drogas ilícitas, presença de verruga genital, e não realização de exames ginecológicos. A baixíssima cobertura vacinal, a relação sexual sem preservativo, a alta frequência dos genótipos de HPV de alto risco oncogênico (16, 18,31, 33 e 45) e a falta de acesso ao serviço público de saúde indicam a necessidade urgente de intervenções direcionadas ao tratamento das infecções atuais e à prevenção de novas infecções pelo HPV nesse grupo de mulheres no estado brasileiro do Pará.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103477