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Elementos para a história do fascismo nos campos: A « Campanha do Trigo » : 1928-38 (II)
Como contributo para a historia do fascismo portugués nos campos, estudaram-se num artigo anterior (publicado no n. ° 46 de Análise Social) os antecedentes e os aspectos económicos da chamada « Campanha do Trigo » , que se desenrolou entre 1928 e 1938. No presente artigo sao examinados os seus aspec...
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Published in: | Análise social 1978-01, Vol.14 (54), p.321-389 |
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Main Authors: | , , , , |
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
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creator | Pais, José Machado de Lima, Aida Maria Valadas Baptista, José Ferrerira de Jesus, Maria Fernanda Marques Gameiro, Maria Margarida |
description | Como contributo para a historia do fascismo portugués nos campos, estudaram-se num artigo anterior (publicado no n. ° 46 de Análise Social) os antecedentes e os aspectos económicos da chamada « Campanha do Trigo » , que se desenrolou entre 1928 e 1938. No presente artigo sao examinados os seus aspectos políticos, ideológicos e institucionais. Naquele primeiro artigo, já tinha, alias, sido possível concluir que a Campanha do Trigo se integrava num « processo de fascizaçâo » . Com efeito, embora nao passando, num primeiro tempo, de um expediente destinado a limitar a saída de divisas e a promover urna especie de import-substitution de pao (inserindo-se desse modo no programa salazarista de « restauraçao financeira » ) , a Campanha do Trigo permitiu, por outro lado, integrar sob urna única bandeira — a exaltaçao patriótica da autarcía: « O trigo da nossa terra é a fronteira que melhor nos défende » — toda urna série de elementos socieconómicos de primeira importancia. Fazendo, pois, o balanço do que terá sido a Campanha do Trigo tanto ao nivel económico e social como ao nivel institucional e ideológico, nao parece restarem dúvidas de que ela terá permitido, nao tanto « resolver o problema do trigo » , como sobretudo servir de suporte material a urna « aliança de classes » muito complexa. Essa aliança — que envolveu grandes agrarios e industriáis e grandes e pequeños agricultores, sem deixar sequer completamente de fora os camponeses sem terra — representou um dos momentos mais conseguidos da edificacäo do regime corporativo, quer por si própria, quer como teste para outras operaçôes de tipo semelhante levadas a cabo através da estrutura socieconómica do País. Por outro lado, o exame da Campanha do Trigo e das suas múltiplas implicaçôes político-institucionais mostra como o corporativismo portugués se orientou no sentido de urna surpreendente « fusäo » entre o político e o económico e da superaçao das necessárias mediaçôes de qualquer sistema representativo, liberal ou autoritario. En tant que contribution à l'histoire du fascisme portugais aux champs, on a étudié, dans un article antérieur (Análise Social, n. ° 46), les antécédents et les aspects économiques de la soi-disante « Campagne du Blé » , qui a eu lieu de 1928 à 1938.Dans l'article présent, on examine ses aspects politiques, idéologiques et institutionnels.Dans le premier article, il a été déjà possible de conclure que la « Campagne du Blé » faisait partie intégrante d'un « procès de fascisation » . |
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No presente artigo sao examinados os seus aspectos políticos, ideológicos e institucionais. Naquele primeiro artigo, já tinha, alias, sido possível concluir que a Campanha do Trigo se integrava num « processo de fascizaçâo » . Com efeito, embora nao passando, num primeiro tempo, de um expediente destinado a limitar a saída de divisas e a promover urna especie de import-substitution de pao (inserindo-se desse modo no programa salazarista de « restauraçao financeira » ) , a Campanha do Trigo permitiu, por outro lado, integrar sob urna única bandeira — a exaltaçao patriótica da autarcía: « O trigo da nossa terra é a fronteira que melhor nos défende » — toda urna série de elementos socieconómicos de primeira importancia. Fazendo, pois, o balanço do que terá sido a Campanha do Trigo tanto ao nivel económico e social como ao nivel institucional e ideológico, nao parece restarem dúvidas de que ela terá permitido, nao tanto « resolver o problema do trigo » , como sobretudo servir de suporte material a urna « aliança de classes » muito complexa. Essa aliança — que envolveu grandes agrarios e industriáis e grandes e pequeños agricultores, sem deixar sequer completamente de fora os camponeses sem terra — representou um dos momentos mais conseguidos da edificacäo do regime corporativo, quer por si própria, quer como teste para outras operaçôes de tipo semelhante levadas a cabo através da estrutura socieconómica do País. Por outro lado, o exame da Campanha do Trigo e das suas múltiplas implicaçôes político-institucionais mostra como o corporativismo portugués se orientou no sentido de urna surpreendente « fusäo » entre o político e o económico e da superaçao das necessárias mediaçôes de qualquer sistema representativo, liberal ou autoritario. En tant que contribution à l'histoire du fascisme portugais aux champs, on a étudié, dans un article antérieur (Análise Social, n. ° 46), les antécédents et les aspects économiques de la soi-disante « Campagne du Blé » , qui a eu lieu de 1928 à 1938.Dans l'article présent, on examine ses aspects politiques, idéologiques et institutionnels.Dans le premier article, il a été déjà possible de conclure que la « Campagne du Blé » faisait partie intégrante d'un « procès de fascisation » . En effet, même si elle n'était, dans un premier temps, qu'un expédient destiné à limiter la sortie de devises et à promouvoir une espèce d'import-substitution du pain (en s'intégrant ainsi au programme salazariste de « restauration financière » ) , la « Campagne du Blé » , d'autre part, a rendu possible l'intégration sous une seule bannière — l'exaltation patriotique de l'autarcie: « Le blé de notre terre est la frontière que mieux nous défend » —, toute une série d'éléments socio-économiques de haute importance. Donc en faisant le bilan de ce qui aura été la « Campagne du Blé » et au niveau économique et social et au niveau institutionnel et idéologique, il semble qu'il n'y a pas de doute qu'elle aura permis, pas tellement de « résoudre le problème du blé » , mais surtout de servir comme support matériel d'une « alliance de classes » très complexe. Cette alliance — qui a engagé des gfands agraires et industriels et des grands et petits agriculteurs, sans même laisser complètement dehors les paysans sans terre — a été un des moments les plus réussis de l'édification, du régime corporatif, et par elle toute seule et en tant que test pour d'autres opérations de genre semblable entreprises à travers la structure socio-économique du pays. D'autre part, l'examen de la « Campagne du Blé » et de ses multiples implications politiques et institutionnelles montre comme le corporativisme portugais s'est orienté vers une sut prenante « fusion » entre le politique et l'économique et vers le dépassement des nécessaires médiations d'un système représentatif, libéral ou autoritaire quelconque. As a contribution to the history of the Portuguese fascism in rural aereas one studied, in a previous article (Análise Social, no. 46), the antecedents and the economic aspects of the so-called « Wheat Campaign » , that took place between 1928 and 1938. In the present article, its political, ideological and institutional aspects are studied. In that previous article, one could already conclude that the « Wheat Campaign » was part and parcel of a « processus of fascistization » . As a matter of fact, through it was, in a first time, just a device for restraining the money outlet and promoting a kind of import-substitution for bread (taking part in the Salazarist programme of « finantial restauration » ) , « Wheat Campaign » , on the other side, made possible to put a series of social and economic elements of first importance under the same flag — the patriotic exaltation of the autarchy: « The wheat of our land is the frontier that protects us best » . Thus, appraising what may have been the « Wheat Campaign » either at the economic and social level or at the institutional and ideological level it seems there is no doubt that it may have rendered possible, not really « to solve the wheat problem » but mainly to become a material support for a very complex « alliance of classes » . This alliance — that engaged big holders and manufacturers and big and small farmers, without even putting aside the peasants with no land — was one of the most successful moments of the building of the corporatist regime, either in itself or as a test for other operations of the same kind achieved through the Portuguese social and economic structure. On the other side, the analysis of the « Wheat Campaign » and its multiple political and institutional implications shows how the Portuguese corporatism found its may towards a surprising « fusion » between the political and the economic and the overpassing of the necessary mediations of any representative, liberal or authoritarian system.</description><identifier>ISSN: 0003-2573</identifier><identifier>EISSN: 2182-2999</identifier><language>por</language><publisher>Gabinete de Investigações Sociais</publisher><subject>estudos notas opiniões</subject><ispartof>Análise social, 1978-01, Vol.14 (54), p.321-389</ispartof><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><linktopdf>$$Uhttps://www.jstor.org/stable/pdf/41010301$$EPDF$$P50$$Gjstor$$H</linktopdf><linktohtml>$$Uhttps://www.jstor.org/stable/41010301$$EHTML$$P50$$Gjstor$$H</linktohtml><link.rule.ids>314,776,780,58216,58449</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>Pais, José Machado</creatorcontrib><creatorcontrib>de Lima, Aida Maria Valadas</creatorcontrib><creatorcontrib>Baptista, José Ferrerira</creatorcontrib><creatorcontrib>de Jesus, Maria Fernanda Marques</creatorcontrib><creatorcontrib>Gameiro, Maria Margarida</creatorcontrib><title>Elementos para a história do fascismo nos campos: A « Campanha do Trigo » : 1928-38 (II)</title><title>Análise social</title><description>Como contributo para a historia do fascismo portugués nos campos, estudaram-se num artigo anterior (publicado no n. ° 46 de Análise Social) os antecedentes e os aspectos económicos da chamada « Campanha do Trigo » , que se desenrolou entre 1928 e 1938. No presente artigo sao examinados os seus aspectos políticos, ideológicos e institucionais. Naquele primeiro artigo, já tinha, alias, sido possível concluir que a Campanha do Trigo se integrava num « processo de fascizaçâo » . Com efeito, embora nao passando, num primeiro tempo, de um expediente destinado a limitar a saída de divisas e a promover urna especie de import-substitution de pao (inserindo-se desse modo no programa salazarista de « restauraçao financeira » ) , a Campanha do Trigo permitiu, por outro lado, integrar sob urna única bandeira — a exaltaçao patriótica da autarcía: « O trigo da nossa terra é a fronteira que melhor nos défende » — toda urna série de elementos socieconómicos de primeira importancia. Fazendo, pois, o balanço do que terá sido a Campanha do Trigo tanto ao nivel económico e social como ao nivel institucional e ideológico, nao parece restarem dúvidas de que ela terá permitido, nao tanto « resolver o problema do trigo » , como sobretudo servir de suporte material a urna « aliança de classes » muito complexa. Essa aliança — que envolveu grandes agrarios e industriáis e grandes e pequeños agricultores, sem deixar sequer completamente de fora os camponeses sem terra — representou um dos momentos mais conseguidos da edificacäo do regime corporativo, quer por si própria, quer como teste para outras operaçôes de tipo semelhante levadas a cabo através da estrutura socieconómica do País. Por outro lado, o exame da Campanha do Trigo e das suas múltiplas implicaçôes político-institucionais mostra como o corporativismo portugués se orientou no sentido de urna surpreendente « fusäo » entre o político e o económico e da superaçao das necessárias mediaçôes de qualquer sistema representativo, liberal ou autoritario. En tant que contribution à l'histoire du fascisme portugais aux champs, on a étudié, dans un article antérieur (Análise Social, n. ° 46), les antécédents et les aspects économiques de la soi-disante « Campagne du Blé » , qui a eu lieu de 1928 à 1938.Dans l'article présent, on examine ses aspects politiques, idéologiques et institutionnels.Dans le premier article, il a été déjà possible de conclure que la « Campagne du Blé » faisait partie intégrante d'un « procès de fascisation » . En effet, même si elle n'était, dans un premier temps, qu'un expédient destiné à limiter la sortie de devises et à promouvoir une espèce d'import-substitution du pain (en s'intégrant ainsi au programme salazariste de « restauration financière » ) , la « Campagne du Blé » , d'autre part, a rendu possible l'intégration sous une seule bannière — l'exaltation patriotique de l'autarcie: « Le blé de notre terre est la frontière que mieux nous défend » —, toute une série d'éléments socio-économiques de haute importance. Donc en faisant le bilan de ce qui aura été la « Campagne du Blé » et au niveau économique et social et au niveau institutionnel et idéologique, il semble qu'il n'y a pas de doute qu'elle aura permis, pas tellement de « résoudre le problème du blé » , mais surtout de servir comme support matériel d'une « alliance de classes » très complexe. Cette alliance — qui a engagé des gfands agraires et industriels et des grands et petits agriculteurs, sans même laisser complètement dehors les paysans sans terre — a été un des moments les plus réussis de l'édification, du régime corporatif, et par elle toute seule et en tant que test pour d'autres opérations de genre semblable entreprises à travers la structure socio-économique du pays. D'autre part, l'examen de la « Campagne du Blé » et de ses multiples implications politiques et institutionnelles montre comme le corporativisme portugais s'est orienté vers une sut prenante « fusion » entre le politique et l'économique et vers le dépassement des nécessaires médiations d'un système représentatif, libéral ou autoritaire quelconque. As a contribution to the history of the Portuguese fascism in rural aereas one studied, in a previous article (Análise Social, no. 46), the antecedents and the economic aspects of the so-called « Wheat Campaign » , that took place between 1928 and 1938. In the present article, its political, ideological and institutional aspects are studied. In that previous article, one could already conclude that the « Wheat Campaign » was part and parcel of a « processus of fascistization » . As a matter of fact, through it was, in a first time, just a device for restraining the money outlet and promoting a kind of import-substitution for bread (taking part in the Salazarist programme of « finantial restauration » ) , « Wheat Campaign » , on the other side, made possible to put a series of social and economic elements of first importance under the same flag — the patriotic exaltation of the autarchy: « The wheat of our land is the frontier that protects us best » . Thus, appraising what may have been the « Wheat Campaign » either at the economic and social level or at the institutional and ideological level it seems there is no doubt that it may have rendered possible, not really « to solve the wheat problem » but mainly to become a material support for a very complex « alliance of classes » . This alliance — that engaged big holders and manufacturers and big and small farmers, without even putting aside the peasants with no land — was one of the most successful moments of the building of the corporatist regime, either in itself or as a test for other operations of the same kind achieved through the Portuguese social and economic structure. On the other side, the analysis of the « Wheat Campaign » and its multiple political and institutional implications shows how the Portuguese corporatism found its may towards a surprising « fusion » between the political and the economic and the overpassing of the necessary mediations of any representative, liberal or authoritarian system.</description><subject>estudos notas opiniões</subject><issn>0003-2573</issn><issn>2182-2999</issn><fulltext>true</fulltext><rsrctype>article</rsrctype><creationdate>1978</creationdate><recordtype>article</recordtype><sourceid/><recordid>eNqFijsKwkAUABdRMH6OILxSi4X9JJi1E1G0T2chD03MhiQb9qXxTJaWdnoxg9hbDcNMjwVKxoorY0yfBUIIzVW01EM2IiqECKOuBuy4LdMqrVtH0KBHQMgtte-HtwgXBxnS2VLloO6GM1aNoxWs4XWHTSdY598r8fbq4PWEFUijYq5jmB8OiwkbZFhSOv1xzGa7bbLZ84Ja50-NtxX62ymUQgotpP7XP8VyPek</recordid><startdate>19780101</startdate><enddate>19780101</enddate><creator>Pais, José Machado</creator><creator>de Lima, Aida Maria Valadas</creator><creator>Baptista, José Ferrerira</creator><creator>de Jesus, Maria Fernanda Marques</creator><creator>Gameiro, Maria Margarida</creator><general>Gabinete de Investigações Sociais</general><scope/></search><sort><creationdate>19780101</creationdate><title>Elementos para a história do fascismo nos campos: A « Campanha do Trigo » : 1928-38 (II)</title><author>Pais, José Machado ; de Lima, Aida Maria Valadas ; Baptista, José Ferrerira ; de Jesus, Maria Fernanda Marques ; Gameiro, Maria Margarida</author></sort><facets><frbrtype>5</frbrtype><frbrgroupid>cdi_FETCH-jstor_primary_410103013</frbrgroupid><rsrctype>articles</rsrctype><prefilter>articles</prefilter><language>por</language><creationdate>1978</creationdate><topic>estudos notas opiniões</topic><toplevel>online_resources</toplevel><creatorcontrib>Pais, José Machado</creatorcontrib><creatorcontrib>de Lima, Aida Maria Valadas</creatorcontrib><creatorcontrib>Baptista, José Ferrerira</creatorcontrib><creatorcontrib>de Jesus, Maria Fernanda Marques</creatorcontrib><creatorcontrib>Gameiro, Maria Margarida</creatorcontrib><jtitle>Análise social</jtitle></facets><delivery><delcategory>Remote Search Resource</delcategory><fulltext>fulltext</fulltext></delivery><addata><au>Pais, José Machado</au><au>de Lima, Aida Maria Valadas</au><au>Baptista, José Ferrerira</au><au>de Jesus, Maria Fernanda Marques</au><au>Gameiro, Maria Margarida</au><format>journal</format><genre>article</genre><ristype>JOUR</ristype><atitle>Elementos para a história do fascismo nos campos: A « Campanha do Trigo » : 1928-38 (II)</atitle><jtitle>Análise social</jtitle><date>1978-01-01</date><risdate>1978</risdate><volume>14</volume><issue>54</issue><spage>321</spage><epage>389</epage><pages>321-389</pages><issn>0003-2573</issn><eissn>2182-2999</eissn><abstract>Como contributo para a historia do fascismo portugués nos campos, estudaram-se num artigo anterior (publicado no n. ° 46 de Análise Social) os antecedentes e os aspectos económicos da chamada « Campanha do Trigo » , que se desenrolou entre 1928 e 1938. No presente artigo sao examinados os seus aspectos políticos, ideológicos e institucionais. Naquele primeiro artigo, já tinha, alias, sido possível concluir que a Campanha do Trigo se integrava num « processo de fascizaçâo » . Com efeito, embora nao passando, num primeiro tempo, de um expediente destinado a limitar a saída de divisas e a promover urna especie de import-substitution de pao (inserindo-se desse modo no programa salazarista de « restauraçao financeira » ) , a Campanha do Trigo permitiu, por outro lado, integrar sob urna única bandeira — a exaltaçao patriótica da autarcía: « O trigo da nossa terra é a fronteira que melhor nos défende » — toda urna série de elementos socieconómicos de primeira importancia. Fazendo, pois, o balanço do que terá sido a Campanha do Trigo tanto ao nivel económico e social como ao nivel institucional e ideológico, nao parece restarem dúvidas de que ela terá permitido, nao tanto « resolver o problema do trigo » , como sobretudo servir de suporte material a urna « aliança de classes » muito complexa. Essa aliança — que envolveu grandes agrarios e industriáis e grandes e pequeños agricultores, sem deixar sequer completamente de fora os camponeses sem terra — representou um dos momentos mais conseguidos da edificacäo do regime corporativo, quer por si própria, quer como teste para outras operaçôes de tipo semelhante levadas a cabo através da estrutura socieconómica do País. Por outro lado, o exame da Campanha do Trigo e das suas múltiplas implicaçôes político-institucionais mostra como o corporativismo portugués se orientou no sentido de urna surpreendente « fusäo » entre o político e o económico e da superaçao das necessárias mediaçôes de qualquer sistema representativo, liberal ou autoritario. En tant que contribution à l'histoire du fascisme portugais aux champs, on a étudié, dans un article antérieur (Análise Social, n. ° 46), les antécédents et les aspects économiques de la soi-disante « Campagne du Blé » , qui a eu lieu de 1928 à 1938.Dans l'article présent, on examine ses aspects politiques, idéologiques et institutionnels.Dans le premier article, il a été déjà possible de conclure que la « Campagne du Blé » faisait partie intégrante d'un « procès de fascisation » . En effet, même si elle n'était, dans un premier temps, qu'un expédient destiné à limiter la sortie de devises et à promouvoir une espèce d'import-substitution du pain (en s'intégrant ainsi au programme salazariste de « restauration financière » ) , la « Campagne du Blé » , d'autre part, a rendu possible l'intégration sous une seule bannière — l'exaltation patriotique de l'autarcie: « Le blé de notre terre est la frontière que mieux nous défend » —, toute une série d'éléments socio-économiques de haute importance. Donc en faisant le bilan de ce qui aura été la « Campagne du Blé » et au niveau économique et social et au niveau institutionnel et idéologique, il semble qu'il n'y a pas de doute qu'elle aura permis, pas tellement de « résoudre le problème du blé » , mais surtout de servir comme support matériel d'une « alliance de classes » très complexe. Cette alliance — qui a engagé des gfands agraires et industriels et des grands et petits agriculteurs, sans même laisser complètement dehors les paysans sans terre — a été un des moments les plus réussis de l'édification, du régime corporatif, et par elle toute seule et en tant que test pour d'autres opérations de genre semblable entreprises à travers la structure socio-économique du pays. D'autre part, l'examen de la « Campagne du Blé » et de ses multiples implications politiques et institutionnelles montre comme le corporativisme portugais s'est orienté vers une sut prenante « fusion » entre le politique et l'économique et vers le dépassement des nécessaires médiations d'un système représentatif, libéral ou autoritaire quelconque. As a contribution to the history of the Portuguese fascism in rural aereas one studied, in a previous article (Análise Social, no. 46), the antecedents and the economic aspects of the so-called « Wheat Campaign » , that took place between 1928 and 1938. In the present article, its political, ideological and institutional aspects are studied. In that previous article, one could already conclude that the « Wheat Campaign » was part and parcel of a « processus of fascistization » . As a matter of fact, through it was, in a first time, just a device for restraining the money outlet and promoting a kind of import-substitution for bread (taking part in the Salazarist programme of « finantial restauration » ) , « Wheat Campaign » , on the other side, made possible to put a series of social and economic elements of first importance under the same flag — the patriotic exaltation of the autarchy: « The wheat of our land is the frontier that protects us best » . 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