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UMA SUCESSÃO DE MAL-ENTENDIDOS? Richard Morse e seus leitores mexicanos e brasileiros
Abstract Resumo Richard Morse (1922-2001) foi um autor bastante lido na América Latina em geral e no México e no Brasil, em particular. Significativamente, seu O espelho de Próspero, que não encontrou editor nos EUA, teve bastante repercussão nos dois países. Entre mexicanos, os trabalhos do histori...
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Published in: | Revista Brasileira de Ciências Sociais 2022, Vol.37 (108) |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
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Summary: | Abstract Resumo Richard Morse (1922-2001) foi um autor bastante lido na América Latina em geral e no México e no Brasil, em particular. Significativamente, seu O espelho de Próspero, que não encontrou editor nos EUA, teve bastante repercussão nos dois países. Entre mexicanos, os trabalhos do historiador impactaram especialmente o grupo de literatos liberais que publicava a revista Vuelta, e que usaram o conceito weberiano de patrimonialismo, mobilizado anteriormente pelo norte-americano, como instrumento para interpretar obstáculos à modernização latino-americana. Já entre brasileiros seus escritos interessaram particularmente a alguns intelectuais gramscianos da revista Presença, atraídos por sua valorização da tradição ibérica. Complicando o quadro, um mexicano, o hegeliano Leopoldo Zea, aproxima-se do grupo de Presença, ao valorizar sua tradição, enquanto liberais brasileiros, como José Guilherme Merquior e Simon Schwartzman, não estão tão distantes da visão de Vuelta a respeito dos males latino-americanos. Ainda outras posições aparecem no mexicano Mauricio Tenorio e no brasileiro Otávio Velho. Procuro verificar no artigo se a própria obra de Morse, fruto de mais de quarenta anos de estudo sobre a América Latina, não forneceu oportunidades para que mexicanos e brasileiros a lessem de diferentes maneiras, que refletiriam sobretudo suas próprias preocupações.
Abstract: Richard Morse was a widely read author in Latin America and particularly in Mexico and Brazil. His book O espelho de Próspero, never published in the US, had considerable impact in both countries. In Mexico, the Historian´s work impressed most of all the liberal writers who published Vuelta, who used the Weberian concept of patrimonialism, which the historian had first employed, to understand obstacles to Latin America´s modernization. In Brazil, on the other hand, Morse´s writings interested most of all some of the Gramscian intellectuals who published Presença, who felt attracted by his positive view about the Iberian tradition. Complicating things, a Mexican, the Hegelian Leopoldo Zea, has, as the Presença group, a positive assessment of his tradition. In contrast, Brazilian liberals, such as José Guilherme Merquior and Simon Schwartzman, are not far from Vuelta´s views on Latin Americas troubles. Still, other opinions are espoused by the Mexican Mauricio Tenorio and the Brazilian Otávio Velho. The article confronts these positions with Morse’s own works on Latin America - written over |
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ISSN: | 0102-6909 1806-9053 1806-9053 |
DOI: | 10.1590/3710810/2022 |