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Estrutura e diversidade de trechos de Cerrado sensu stricto às margens de rodovias no estado de Minas Gerais

Estradas são um dos principais fatores de degradação conhecidos do Cerrado, pois, apesar de sua relevância econômica, causam recortes em extensas massas contínuas de biota natural. De acordo com o Código Florestal Brasileiro, a vegetação às margens de rodovias deve ser considerada como de preservaçã...

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Published in:Ciência florestal 2019-06, Vol.29 (2), p.698-714
Main Authors: Costa, João Paulo, Santos, Lilian Cristina da Silva, Rios, Jovan Martins, Rodrigues, Amanda Wolberg, Dias Neto, Olavo Custódio, Prado Júnior, Jamir Afonso do, Vale, Vagner Santiago do
Format: Article
Language:eng ; por
Subjects:
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Description
Summary:Estradas são um dos principais fatores de degradação conhecidos do Cerrado, pois, apesar de sua relevância econômica, causam recortes em extensas massas contínuas de biota natural. De acordo com o Código Florestal Brasileiro, a vegetação às margens de rodovias deve ser considerada como de preservação permanente. Entretanto, escassos são os estudos que visam avaliar o real potencial conservacionista destas áreas. O objetivo do estudo foi avaliar o estágio de conservação do estrato arbóreo do Cerrado localizado nas faixas de proteção das rodovias MG-190, MG-223, BR-365 e BR-352. Foram amostradas 40 parcelas de 50 x 10 m nas margens dessas rodovias e demarcados todos os indivíduos arbóreos vivos com circunferência a 30 cm do solo maior ou igual 15 cm. Foram calculados os parâmetros fitossociológicos de densidade, dominância e frequência relativa, valor de importância, equabilidade de Pielou e os índices de diversidade de Shannon-Weaver e Simpson. A riqueza foi estimada utilizando os estimadores Jackknife 2 eBootstrap. Foram amostrados 790 indivíduos pertencentes a 88 espécies e 35 famílias. O índice de diversidade de Shannon-Weaver foi 3,64 nats.ind-1, o índice de Simpson foi 0,94 e a equabilidade foi 0,81. As espécies mais comuns no levantamento foram Dalbergia miscolobium, Piptocarpha rotundifolia, Machaerium acutifolium, Ouratea hexasperma e Stenocalyx dysentericus. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae (20 espécies), Myrtaceae (8 espécies) e Bignoniaceae (7 espécies). A riqueza estimada foi de 108 espécies pelo estimador Bootstrap e de 159 pelo estimador Jackknife 2, demonstrando que o número de espécies nas margens das estradas pode ser maior do que a encontrada em alguns Cerrados protegidos. Pode-se inferir que as margens de rodovias conservam um importante montante da flora arbórea do Cerrado, o que preconiza a sua manutenção, dado a atual situação de degradação intensiva do Cerrado.
ISSN:0103-9954
1980-5098
1980-5098
DOI:10.5902/1980509826869