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A arte do corpo relacional: do espelho-tátil ao corpo virtual
Resumo Os neurônios-espelho são neurônios especializados, capazes de ecoar no corpo de alguém movimentos percebidos no corpo de outra pessoa, através de algo que se assemelha a uma empatia sinestésica involuntária. A descoberta desses neurônios provocou uma reavaliação de grande envergadura, a respe...
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Published in: | Galáxia (São Paulo) 2016-06 (31), p.5-21 |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
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Summary: | Resumo Os neurônios-espelho são neurônios especializados, capazes de ecoar no corpo de alguém movimentos percebidos no corpo de outra pessoa, através de algo que se assemelha a uma empatia sinestésica involuntária. A descoberta desses neurônios provocou uma reavaliação de grande envergadura, a respeito do papel da empatia e das relações Eu-Outro na construção do sentido do self nas ciências cognitivas, artes e ciências humanas. A sinestesia espelho-tátil (quando a percepção de um toque no corpo de outra pessoa induz naquele que a observou a sensação de ter sido tocado da mesma maneira) é uma das formas que essa “empatia” assume. Este artigo toma a sinestesia espelho-tátil como um ponto de partida para a reconsideração do conceito de sinestesia como um todo, e particularmente sua relação com a empatia, e por sua vez, a relação da empatia com o movimento. Argumentamos que o vocabulário costumeiramente utilizado para analisar essas questões – identificação, imagem do corpo, defeito, ou “confusão” no esquema espacial do corpo – estão desgastados por um viés cognitivista, que carrega consigo pressuposições que eclipsam a complexidade da organização emergente da experiência. Para corrigir os rumos, faz-se necessária uma reorganização filosófica. Este artigo busca encaminhar esse projeto com o auxílio da filosofia orientada ao processo de C.S. Peirce, Henri Bergson e A.N. Whitehead, propondo um quadro conceitual centrado na noção de “corpo virtual”, composto pela inclusão integral mútua das qualidades potenciais da experiência, seletivamente “compostas” no movimento. A ênfase na auto-composição performativa da experiência envolve a substituição do atual modelo de cognição em favor de um modelo fundamentalmente estético.
Abstract Mirror neurons are specialized neurons which echo the movements perceived in another's body in incipient movements in one's own body, in a kind of involuntary kinesthetic empathy. Their discovery has given rise to a far-reaching reassessment in cognitive science, the arts, and the humanities of the role of empathy and the self-other relation in the constitution of the sense of self. Mirror-touch synesthesia (when a perceived touch to another's body elicits in the perceiver the sensation of being similarly touched) is one of the forms this "empathy" takes. This article takes mirror-touch synesthesia as a jumping-off point to reconsider synesthesia as a whole, and in particular its relation to empathy, and the relation of empathy to movemen |
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ISSN: | 1982-2553 1982-2553 |
DOI: | 10.1590/1982-25542016126462 |