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Riscos, saúde e justiça ambiental: o protagonismo das populações atingidas na produção de conhecimento

É discutida a participação das comunidades em situações de injustiça ambiental na produção de conhecimentos, as quais são decorrentes de desigualdades e de discriminações na distribuição de riscos e benefícios do desenvolvimento econômico. São destacados os limites epistemológicos e políticos para a...

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Published in:Ciência & saude coletiva 2012-06, Vol.17 (6), p.1493-1501
Main Authors: Porto, Marcelo Firpo, Finamore, Renan
Format: Article
Language:English
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Summary:É discutida a participação das comunidades em situações de injustiça ambiental na produção de conhecimentos, as quais são decorrentes de desigualdades e de discriminações na distribuição de riscos e benefícios do desenvolvimento econômico. São destacados os limites epistemológicos e políticos para a produção de conhecimentos e de alternativas que possibilitem o avanço na construção de sociedades mais justas e sustentáveis. A partir de uma visão ampliada de saúde são discutidos os limites das abordagens científicas em reconhecer a importância do saber local, seja para analisar riscos ambientais ou seus efeitos à saúde, incluindo os estudos epidemiológicos. Tais limites relacionam-se basicamente ao ocultamento de conflitos e incertezas, à falta de contextualização da exposição aos riscos e efeitos sobre a saúde, assim como às dificuldades de diálogo com as comunidades. O artigo apresenta ainda contribuições e avanços decorrentes de movimentos por justiça ambiental. Concluiu-se que uma perspectiva construtivista, processual e democrática de confrontação de saberes e práticas poderá orientar a produção científica em prol da justiça ambiental. This article discusses the role of populations affected by environmental injustice situations in the production of knowledge about environmental health stemming from inequalities and discrimination in the distribution of risks and benefits of economic development. Special attention is given to the epistemological and political limits to producing knowledge and alternatives that enable advances in building more just and sustainable societies are highlighted. Based on a broader view of health, the limits of scientific approaches are called into question by acknowledging the importance of local knowledge are discussed, either to analyze environmental risks or their effects on health, including epidemiological studies. These limits are linked primarily to the concealment of conflicts and uncertainties, the lack of contextualization of exposure to risk and effects on health, as well as the difficulties of dialogue with the communities. The article also presents contributions and advances presented by environmental justice movements. The conclusion is that a constructivist, procedural and democratic perspective of confronting forms of knowledge and practices can guide the scientific production to benefit of environmental justice.
ISSN:1413-8123
1413-8123
DOI:10.1590/S1413-81232012000600013