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Tempo, idade e cultura: uma contribuição à psicopatologia da depressão no idoso. Parte III: A depressão, o tempo e a cultura

Procuramos aqui relacionar dois aspectos fundamentais das intuições culturais sobre a passagem do tempo - a temporalidade cíclica e a contínua - com a terapêutica médica e especialmente com a psicopatologia, numa visão crítica do constructo moderno da depressão no idoso. Inspirado em perspectivas de...

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Bibliographic Details
Published in:Revista latinoamericana de psicopatologia fundamental 2006-06, Vol.9 (2), p.300-317
Main Author: Bastos, Cláudio Lyra
Format: Article
Language:English
Subjects:
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Description
Summary:Procuramos aqui relacionar dois aspectos fundamentais das intuições culturais sobre a passagem do tempo - a temporalidade cíclica e a contínua - com a terapêutica médica e especialmente com a psicopatologia, numa visão crítica do constructo moderno da depressão no idoso. Inspirado em perspectivas de natureza antropológica, o texto se apoia na experiência clínica cotidiana e na atitude fenomenológica que orienta essa prática. Nas concepções culturais que tendem a perceber a passagem do tempo de forma predominantemente cíclica, o envelhecer é parte de um movimento eterno e a família se perpetua em seus descendentes, nas suas tradições, no vínculo com a terra ou no exercício do ofício familiar. As transformações culturais que têm proporcionado a passagem para enfoques mais direcionais do tempo vão destacando cada vez mais o papel individual na história social. Quanto mais difícil for a passagem de Weltanschauungen tradicionais, de tendência circular, fatalista, repetitiva e eterna para outras de tendência individualizante, burocratizante, planejadora e sucessiva, maiores as dificuldades para uma senectude satisfatória e maior a tendência à medicalização desse fracasso. Esta é a terceira parte de uma série de três artigos. Procuramos aquí relacionar dos aspectos fundamentales de las intuiciones culturales sobre el pasaje del tiempo - la temporalidad cíclica e a continua - con la terapéutica médica y más especialmente con la psicopatologia, en una visión critica del constructo moderno de la depresión en la vejez. Inspirado en perspectivas antropológicas, el texto busca apoyo en la experiencia clínica diaria y en la actitud fenomenológica que la orienta. Para las concepciones culturales del tiempo que tienden a percibir su pasaje deforma predominantemente cíclica, envejecer es parte de un movimiento eterno, la familia se perpetúa en sus descendientes, en sus tradiciones, en el vínculo con la tierra o en el ejercicio del trabajo familiar. Las transformaciones culturales que han proporcionado el pasaje para enfoques más direccionales del tiempo van destacando cada vez más el rol individual en la historia social. Cuanto más dificultoso sea el pasaje de Weltanschauungen tradicionales, de tendencia circular, fatalista, repetitiva y eterna, para otras, de tendencia individualizante, burocratizante, planeadora y sucesiva, más grandes las dificultades para una senectud satisfactoria y mayor la tendencia a la medicalización de este fracaso. Esta es la tercera parte de un
ISSN:1415-4714
1984-0381
1415-4714
DOI:10.1590/1415-47142006002009